Aplicativo de gerenciamento de risco de micotoxinas
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Descobrindo quais micotoxinas contaminam regularmente o alimento das aves e os danos causados por micotoxinas em aves
Micotoxinas no alimento das aves representa uma constante amea?a à indústria aviária mundial. Muitos dos ingredientes alimentares encontrados em ra??es típicas para aves podem estar contaminados por micotoxinas nocivas que s?o ingeridas pelas aves e ter inúmeras consequências sérias.?
Alguns fungos produzem micotoxinas no campo enquanto outros fungos produzem micotoxinas durante o armazenamento dos gr?os. ?
Os ingredientes alimentares aviários mais comumente contaminados pelas micotoxinas incluem:?
A pesquisa de micotoxinas fornece atualiza??o regular sobre a ocorrência de micotoxinas nas matérias-primas e nos alimentos finalizados com base em milhares de amostras coletadas pelo mundo.
As aves têm sensibilidade heterogênea às micotoxinas, pois espécies diferentes sofrem de efeitos tóxicos diferentes. Patos, gansos e perus parecem ser mais sensíveis às micotoxicoses do que galinhas e codornas. Pintos s?o mais sensíveis aos efeitos das micotoxinas.
Efeitos das micotoxinas nas aves
Fígado aumentado e amarelo pálido com nódulos observados em aves alimentadas com alimento contaminado com aflatoxina. Aflatoxinas foram detectadas no alimento com 153 ppb | Fonte: BIOMIN?
As aflatoxinas s?o conhecidas por terem um efeito hepatotóxico em aves e também hepatocarcinogênico em animais expostos. As les?es patológicas mais comumente associadas com aflatoxicoses em aves s?o encontradas no fígado, órg?os linfoides e testículos, geralmente ocorrendo após um período de exposi??o cr?nica. Em aflatoxicoses agudas e sub-agudas, o fígado parece aumentado, com cor amarelo pálido, friável, e geralmente a vesícula biliar também está aumentada e cheia de bile.?
O pancreas fica geralmente menor e despigmentado, podendo haver hemorragias em tecidos subcutaneos e músculos. Na aflotoxicose cr?nica, o fígado é pequeno, firme e arredondado. às vezes esse órg?o é muito pequeno, arredondado e emborrachado, e geralmente com complica??es, como ascite e hidropericárdio. Outras les?es consistentes na aflatoxicose podem ser encontradas na bolsa de Fabricius, timo e ba?o, todos aparentando ser menores do que o normal. Em aves reprodutoras de matrizes masculinas, o tamanho dos testículos pode também ser significativamente reduzido.
Fígado aumentado e amarelo pálido com nódulos observados em aves alimentadas com alimento contaminado com aflatoxina. Aflatoxinas foram detectadas no alimento com 458 ppb | Fonte: BIOMIN?
Via metabólica das aflatoxinas | Fonte Eaton e Gallagher 1994
A via metabólica das aflatoxinas pode ser diferente. A aflatoxina B1 pode entrar na célula e ser metabolizada via mono-oxigenases no retículo endoplasmático em metabólitos hidroxilados, que s?o ent?o metabolizados em conjugados de glicuronídeos e sulfatos. Ou pode ser oxidada a um estado epóxido reativo, que por hidrólise espontanea se torna AFB1-8,9-di-hidrodiol e se liga às proteínas, resultando em citotoxicidade. A vers?o epóxi pode reagir como DNA ou proteína, ou ser desintoxicada por glutationa S-transferase indutível em conjugado de glutationa (GSH). Tanto a adu??o de DNA quanto de proteína se mostraram úteis como biomarcadores em humanos e em animais de laboratório.
Diversos fatores aumentam a susceptibilidade de uma ave a micotoxinas, tais como:?
Susceptibilidade à micotoxina
Os efeitos das micotoxinas em aves s?o muito complexos e variam grandemente de acordo com seu mecanismo de toxicidade afetando diversos órg?os e, no caso de altos níveis de contamina??o, pode até mesmo levar à morte dos animais. Quando as micotoxinas est?o presentes simultaneamente na alimenta??o, elas podem ter efeitos sinérgicos ou aditivos.
Mesmo quando há baixos níveis de micotoxinas na alimenta??o, durante o período sensível do ciclo de produ??o ou quando exposto por longos períodos, elas podem prejudicar o sistema imunológico, levando a condi??es imunossupressoras. Aflatoxinas, ocratoxinas, tricotecenos e fumonisinas s?o conhecidos por induzir efeitos imunossupressivos em galinhas, tornando-as mais susceptíveis a doen?as (Singh et al., 1990, Ghosh et al., 1991). Além disso, o baixo nível de micotoxinas pode ter efeito antimicrobiano e pode levar à passagem de alimenta??o (Devegowda and Murthy, 2005).
AFB1?- Aflatoxina B1 ; FB1?– Fumonisina B1?; DON – Desoxinivalenol; OTA – Ocratoxina A; ZEN – Zearalenona; FA – ácido fusárico; DAS – Diacetoxiscirpenol; CPA – ácido ciclopiaz?nico; MON – Moniliformina
Efeitos aditivos (linha preta tracejada) e sinérgicos (linha vermelha) em aves
Quaisquer micotoxinas presentes no alimento s?o encaminhadas direto ao trato intestinal (GIT) das aves, o órg?o mais afetado pelas micotoxinas. O trato gastrointestinal é o órg?o mais importante na convers?o de alimento em energia, e sua habilidade de funcionar adequadamente está diretamente ligada à produtividade das aves. O trato gastrointestinal (GIT) é também o maior órg?o imunológico do sistema corporal.
Entre as principais micotoxinas, DON (desoxinivalenol), ZEN (Zearalenona) e FUM (fumonisinas) s?o geralmente esquecidas ao se considerar seu impacto na saúde e produtividade da ave, já que seus sintomas clínicos n?o s?o geralmente óbvios ou visíveis. Entretanto, tem havido um grande número de experimentos científicos e comerciais que provam que essas micotoxinas ?Fusarium? est?o fortemente relacionadas com algumas importantes doen?as aviárias.
Figura 4. Consequências da contamina??o por micotoxinas na condi??o GIT
Substancias imunotóxicas, tais como as micotoxinas, s?o agentes desapercebidos na falha de vacinas para provocarem uma resposta imunológica adequada.?
DON e sua co-ocorrência com FUM s?o conhecidas por modular a fun??o imunológica. Um bom exemplo é a redu??o no número de títeres de anticorpos em compara??o com os programas de vacina??o em aves. Diversos resultados de pesquisa mostram que DON e FUM reduzem a resposta do anticorpo à Doen?a de Newcastle (Newcastle Disease, ND) e o Vírus da Bronquite Infecciosa (Infectious Bronchitis Virus, IBV). Em um experimento conduzido na áustria, a alimenta??o com uma dieta contaminada por DON reduziu os títeres de anticorpos em rela??o à vacina IBV (Figura 4) comparado com a dieta controle.?
Mycofix?? foi capaz de combater os efeitos do deoxnivalenol nos títeres de anticorpos da IBV em frangos.?
Figura 5. Os efeitos da DON e da Mycofix? Select nos títeres de anticorpos da IBV em galinhas
Pintos de uma semana est?o em um estágio crucial, aparentemente com problemas de pouca importancia e com potencial para determinar seus prospectos de saúde tanto a curto quanto a longo prazo. O desenvolvimento do trato intestinal e um sistema imunológico ativo é a base central para uma vida sadia da ave, e é exatamente isso que está em risco com a exposi??o precoce às micotoxinas. A interferência nesse estágio, mesmo se em baixo nível, pode ter resultados desastrosos em um estágio posterior. Baixas doses de micotoxina podem ser combinadas com estressores ambientais, mesmo se estiverem fora do controle do criador.
Essa combina??o pode resultar em perdas invisíveis, com efeitos subclínicos que incluem:
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Sinais clínicos e les?es patológicas em órg?os-alvo primários podem ser usados como um sistema de alerta precoce (early warning system, EWS) para contamina??o por micotoxinas no alimento/matérias-primas.
Doen?as induzidas pela micotoxina, ou micotoxicoses, podem ser difíceis de observar diretamente. Existem diversos sinais clínicos comuns e les?es patológicas de micotoxicoses em aves.
Sinais de ingest?o de micotoxina por aves incluem:
Embora os efeitos das micotoxinas sejam muito complexos e exista uma grande variedade de sintomas possíveis, órg?os-alvo e les?es patológicas de uma micotoxina para outra, (Naehrer, 2012), o diagnóstico presuntivo pode se basear em sinais clínicos, les?es patológicas ou órg?os-alvo, especialmente quando ingredientes ou alimentos com mofo forem evidentes.?
O diagnóstico definitivo deve ser baseado no isolamento, identifica??o e quantifica??o da micotoxina/micotoxinas nos ingredientes alimentares ou na alimenta??o finalizada. Amostras de alimenta??o e ingredientes devem ser coletadas e prontamente submetidas à análise laboratorial. Amostras múltiplas devem ser coletadas de diferentes locais de zonas de forma??o de micotoxina (“hot spots”) (Whitaker et al., 2005, Krska e Schuhmacher, 2012).
Considera??es de Charles Rangga Tabbu, Universitas Gadjah Mada, Indonésia, durante uma sess?o de discuss?o sobre aves no Fórum Nacional de Nutri??o de 2016 em Vancouver, Canadá.
Quando se trata de combater as micotoxinas, a indústria aviária tende a pensar nos aglutinantes de toxina ou aglutinantes de micotoxinas primeiro. (Aprenda a verdade sobre os aglutinantes de micotoxina).?
Porém, aglutinantes de argila mineral n?o s?o uma resposta eficaz para todas as principais micotoxinas. Principalmente n?o combatem as micotoxinas tricotecenos, pois suas estruturas n?o s?o adequadas para a absor??o por aglutinantes. A biotransforma??o usando micróbios e enzimas é a estratégia mais eficaz. Ela fornece prote??o confiável contra micotoxinas, biodegradando-as em metabólitos n?o tóxicos. A biotransforma??o é rápida, específica e irreversível.
Além da biotransforma??o, a estratégia de bioprote??o também é importante. Uma variedade de alimentos aditivos contento extratos de plantas e algas está disponível para fornecer um efeito hepatoprotetor e recompor a imunossupress?o causada pelas micotoxinas. Uma combina??o de diferentes estratégias pode combater os efeitos negativos das micotoxinas em aves de modo mais completo, principalmente em casos de multicontamina??o por micotoxinas com a pobre absor??o de micotoxinas fusarium na alimenta??o da ave.
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Porcos s?o considerados altamente susceptíveis à contamina??o por micotoxinas, com jovens animais e fêmeas reprodutoras sendo os grupos mais sensíveis. A micotoxina pode causar sintomas clínicos ou subclínicos reduzindo o desempenho animal e levando a grandes perdas econ?micas.
As micotoxinas s?o substancias tóxicas produzidas por mofos e fungos nas plantas, no campo ou durante o armazenamento.?A pesquisa de micotoxinas da BIOMIN? fornece atualiza??o regular sobre a ocorrência de micotoxinas nas matérias-primas e nos alimentos finalizados com base em milhares de amostras coletadas pelo mundo.
As micotoxinas visam muitos órg?os, tecidos e sistemas, fígado, intestino, rins, sistema reprodutivo e imunológico. O resultado é desempenho reduzido, maior sensibilidade a patógenos e reduzida resposta às vacinas.?
Os sintomas variam consideravelmente dependendo de qual micotoxina for responsável e podem variar desde fertilidade e problemas reprodutivos, queda na produtividade, imunidade suprimida e vários efeitos patológicos nos órg?os e tecidos.
Efeitos das micotoxinas em porcos
A zearalenona (ZEN) pode ter um impacto significativo no desempenho reprodutivo, já que os porcos est?o entre as espécies mais sensíveis à micotoxina. Efeitos negativos s?o devido à intera??o da ZEN e seus metabólitos com receptores de estrogênio, prejudicando a homeostase.?
A ZEN pode causar abortos, ninhadas leves e natimortos. Além disso, o alimento contaminado com ZEN induz o incha?o e o avermelhamento da vulva (hipoestrogenismo), cios falsos e pseudogravidez. Estudos investigando o transporte da ZEN para a carne e outros tecidos comestíveis mostrou que existe apenas deposi??o limitada do tecido dessa micotoxina.
Porcos s?o muito sensíveis à zearalenona (ZEN). A ZEN aumenta a frequência de abortos e natimortos em porcas. Em geral, a ra??o suína contaminada por ZEN induz a:
Devido ao seu sistema endócrino subdesenvolvido, as leitoas s?o ainda mais sensíveis ao efeito estrogênico da ZEN. Os efeitos da ingest?o de ZEN s?o hiperemia e incha?o da vulva (hiperestrogenismo), aumento da massa uterina, atresia do folículo ovariano e ovários atrópicos, prolapso retal ou vaginal. O hiperestrogenismo atrasaria o início do cio e comprometeria a fertilidade e a subsequente vida reprodutiva da leitoa.
Grupo | Efeito | Sintomas |
Fêmea suína | Reprodutor | Afeta o ciclo de reprodu??o, concep??o, ovula??o e implanta??o |
Patológico | Atrofia dos ovários | |
Macho suíno | Reprodutor | Feminiza??o |
Leit?es/marr?s | Teratogênico | Pernas abertas |
Tabela 1.?Efeitos da ZEN em suínos
As aflatoxinas podem levar à morte quando administradas em altos níveis, porém o maior impacto vem com a reduzida capacidade de reprodu??o e de desempenho, fun??o imunológica suprimida e vários efeitos patológicos nos órg?os e tecidos.
Leit?es alimentados com dietas contaminadas por aflatoxinas que foram vacinados com ovalbumina mostraram diminui??o da imunidade mediada por células e ativa??o de linfócitos prejudicada. O peso e a histopatologia do timo, bem como macrófagos alveolares viáveis foram negativamente influenciados. Além disso, casos de transporte de aflatoxina foram reportados em suínos, com resíduos encontrados no fígado e nos tecidos musculares suínos.
Numerosos estudos confirmaram a liga??o entre o edema pulmonar suíno (porcine pulmonary edema, PPE) e intoxica??o por fumonisina. Severos edemas pulmonares, les?es no fígado e no pancreas, redu??o no desempenho e imunossupress?o foram observados em animais expostos, mesmo em doses baixas. A exposi??o cr?nica à fumonisina B1 (FB1) reduziu a prolifera??o de células epiteliais indiferenciadas no intestino porcino, alteraram a integridade do epitélio intestinal e, consequentemente, facilitaram a intrus?o de patógenos no corpo.
As fumonisinas prejudicam a resposta às vacinas, reduzem o nível de diversos anticorpos e o período de prote??o vacinal. O transporte de fumonisinas no leite da porca e na carne suína (principalmente fígado e rins) pode ocorrer somente após um alto nível de exposi??o durante um longo período. Por outro lado, a recém-descoberta forma hidrolisada da fumonisina B1 n?o causou toxicidade intestinal ou gástrica e n?o prejudicou a morfologia intestinal dos porcos.
Efeitos hepatotóxicos, reduzidos parametros de desempenho, nefrotoxicidade e necrose s?o os principais efeitos tóxicos causados pela ocratoxina A. Além disso, os porcos mostraram uma redu??o significativa e linear no ganho diário com doses crescentes de ingest?o de ocratoxina A. Observou-se que essa micotoxina suprime a resposta imunológica em porcos, resultando em redu??o da atividade dos macrófagos e estímulo enfraquecido dos linfócitos. Além disso, a ocratoxina A tende a se acumular nos rins, fígado e tecidos musculares, bem como no soro sanguíneo e, portanto, representa um risco potencial à cadeia alimentar humana.
Os porcos mostram uma alta sensibilidade ao desoxinivalenol (DON). Os efeitos mais frequentemente observados do consumo do desoxinivalenol em suínos s?o:
O desoxinivalenol inibe a absor??o dos nutrientes intestinais e altera as células intestinais e as fun??es de barreira. Os maiores resíduos de desoxinivalenol foram detectados na bile, seguido dos rins e linfa. Resíduos foram detectados no fígado e no tecido muscular. Quanto à influência sobre a imunidade, os tricotecenos em geral reduzem a prolifera??o do linfócito, atividade macrofágica e resposta dos anticorpos a certas vacinas e níveis de imunoglobulina alterados.
Cerca de 80% das doen?as suínas est?o relacionadas com a má gest?o da qualidade do alimento, reprodu??o, condi??es de moradia e biosseguran?a, com apenas 20% devido a patógenos virais, bacterianos ou parasíticos. Intera??es toxicológicas entre micotoxinas aumentam os efeitos tóxicos mesmo em baixos níveis.
Fusarium graminearum e Fusarium culmorum s?o conhecidas por produzir diversas fusariotoxinas, incluindo zearalenona e desoxinivalenol, que s?o conhecidas por interagir sinergicamente em suínos. Além disso, a análise do desoxinivalenol geralmente indica a ocorrência de outras fusariotoxinas, tais como outros tricotecenos (toxina T-2, nivalenol, diacetoxiscirpenol), zearalenona e fumonisinas.
Um resumo dos efeitos sinérgicos e aditivos nas micotoxinas em porcos é apresentado na Figura 1..
Figura 1: Efeito sinérgico e aditivo em porcos
AFB1 - Aflatoxina B1; FB1 - Fumonisina B1; DON - Desoxinivalenol; OTA - Ocratoxina A; ZEN - Zearalenona; FA - ácido fusárico; DAS - Diacetoxiscirpenol; CPA - ácido ciclopiaz?nico; MON - Moniliformina
Linha vermelha: Efeito sinérgico
Linha tracejada: Efeito aditivo
Em um recente experimento contratado pela BIOMIN? na Universidade de Berlim, o desempenho reprodutivo de porcas foi avaliado na presen?a de DON e ZEN durante uma exposi??o de longo prazo (três ciclos) a toxinas de fusarium. As porcas foram alocadas em um dos três diferentes grupos (Tabela 2).?
Grupo | Dieta |
---|---|
Controle |
|
Toxina |
|
Experimento |
|
Tabela 1.?Resumo dos grupos e dietas experimentais
A presen?a de micotoxinas prejudicou diferentes parametros de desempenho reprodutivo, como mostrado na Figura 2. O índice mais comumente usado para avaliar o desempenho reprodutivo é o número de leit?es desmamados por porca por ano. A taxa de parto e o intervalo do desmame ao cio afetam esse índice. A presen?a de micotoxinas, especialmente a ZEN, aumentou os retornos de cios de porcas inseminadas e diminuiu a taxa de parto.?
A queda na ingest?o de alimentos afetou o score da condi??o corporal das porcas em desmame e o rendimento do leite. Porcas abaixo do peso precisam de mais dias para entrar em cio após o desmame. Isso diminui o número de partos por ano, o que significa que há menos leit?es desmamados produzidos por porca por ano. Além disso, rendimentos mais baixos de leite podem comprometer o crescimento das ninhadas e os pesos no desmame, resultando em pesos mais baixos no abatimento ou mais dias na engorda.
A presen?a de micotoxinas também comprometeu a qualidade do leit?o (Figura 3). A porcentagem de leit?es abaixo do peso (<1.2 kg) aumentou, implicando que as micotoxinas têm um efeito negativo no desenvolvimento do embri?o e na nutri??o animal. O efeito negativo na qualidade do leit?o acompanhado de um esgotamento da produ??o de leite podem resultar em mais alta mortalidade de pré-desmame e mais baixos pesos de desmame.
Porém, uma recupera??o sadia foi observada quando foi aplicada a ?Mycofix??Plus?.
Figura 2.?Efeitos da ZEN e DON nos índices reprodutivos. A área amarela representa o grupo controle, apresentado como desempenho 100%.?| Fonte: BIOMIN?
Figura 3.?Efeito da ZEN e DON nos índices reprodutivos. A área amarela representa o grupo controle, apresentado como desempenho 100%. | Fonte: BIOMIN?
As micotoxicoses s?o causadas pela ingest?o de micotoxinas, inala??o ou contato com a pele. Os efeitos das micotoxinas em suínos s?o diversos, variando de imunossupress?o até a morte em casos severos, dependendo de fatores relacionados à toxina (tipo de micotoxina consumida, nível e dura??o da ingest?o), relacionados ao animal (espécie animal, gênero, idade, ninhada, saúde em geral, status imunológico, posi??o nutricional) e ambientais (gest?o da fazenda, biosseguran?a, higiene, temperatura). Esse fato geralmente impede a correta atribui??o de problemas causados pelas micotoxinas.
Muita aten??o deve ser dada às t?o-chamadas doen?as “condicionadas”, por exemplo, Erisipela,?E.coli,?Salmonella, Influenza, Pasteurella e Streptococcus. Essas doen?as s?o desencadeadas por um estímulo de estresse. é comprovado que as micotoxinas s?o uma condi??o suficiente e necessária para aumentar tais infec??es.
Ana Paula Bracarense, da Universidade Estadual de Londrina no Brasil, explora os efeitos das micotoxinas na resposta inflamatória dos porcos.
Quando se trata de combater as micotoxinas, a indústria suína tende a pensar nos aglutinantes de toxina ou aglutinantes de micotoxinas primeiro. (Aprenda a?verdade sobre os aglutinantes de micotoxina).
Porém, aglutinantes de argila mineral n?o s?o uma resposta eficaz para todas as principais micotoxinas. Principalmente n?o combatem os ?Tricotecenos?, pois suas estruturas n?o s?o adequadas para a absor??o por aglutinantes.
A biotransforma??o usando micróbios e enzimas é a estratégia mais eficaz. Ela fornece prote??o confiável para os porcos contra micotoxinas ?fusarium?biodegradando-as em metabólitos n?o tóxicos. A biotransforma??o é rápida, específica e irreversível.
Além da biotransforma??o, a estratégia de bioprote??o é também importante. Uma variedade de alimentos aditivos contento extratos de plantas e algas está disponível para fornecer um efeito hepatoprotetor e recompor a imunossupress?o causada pelas micotoxinas.
Uma combina??o de diferentes estratégias pode combater os efeitos negativos das micotoxinas em porcos de modo mais completo, principalmente em casos de multicontamina??o por micotoxinas com a pobre absor??o de micotoxinas fusarium na alimenta??o do suíno.
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As micotoxinas s?o encontradas em quase toda mercadoria agrícola no mundo todo. Se essas toxinas foram produzidas por lavouras infectadas por fungos no campo ou por fungos contaminando o alimento armazenado, representam um risco para os animais de produ??o.?
Uma grande variedade de gr?os e forragens podem estar contaminados com micotoxinas. Até hoje, mais de 700 micotoxinas foram identificadas. A pesquisa de micotoxinas da BIOMIN? fornece atualiza??o regular sobre a ocorrência de micotoxinas nas matérias-primas e nos alimentos finalizados com base em milhares de amostras coletadas pelo mundo.?
Os ruminantes possuem certa capacidade para se protegerem contra os efeitos nocivos das micotoxinas devido à a??o desintoxicante de certos micro-organismos de ruminantes. Porém, as vacas leiteiras atuais possuem uma passagem muito mais rápida do alimento por meio do rúmen, restando menos tempo para os micro-organismos se desintoxicarem. Assim, em combina??o com uma ingest?o mais alta de alimentos, significa que as defesas naturais de nossas vacas n?o conseguem protegê-las t?o bem quanto geralmente se sup?e. Além disso, a microbiota ruminal benéfica pode ser prejudicada por algumas micotoxinas, bem como sob condi??es metabólicas desafiadoras, por exemplo, acidose ruminal sub-aguda (SARA).??
Os ruminantes também podem encarar o desafio de várias micotoxinas de mofo de silagem. Essas provaram reduzir a fun??o do lúmen, causar diarreia e reduzir a produ??o de leite, bem como provocar outros sintomas específicos de acordo com o tipo de micotoxina.?
Efeitos das micotoxinas em gados e outros ruminantes
Os efeitos nocivos das micotoxinas n?o come?am como metabolismo animal, mas com a microflora ruminal, que afeta a eficiência e a produtividade das fermenta??es ruminais. Na verdade, sintomas clínicos podem n?o se manifestar na maioria das situa??es práticas, mas o desempenho será subsequentemente comprometido, resultando em menor produ??o, reprodu??o pobre e aumento da claudica??o ou mastite.??
Micotoxina | Limite de risco recomendado (ppb) | Efeitos |
---|---|---|
?Aflatoxina | 2 |
|
?Zearalenona | 100 |
|
?Desoxinivalenol | 300 |
|
Toxina T-2 | 100 |
|
?Fumonisinas | 2000 |
|
?Ocratoxina A | 80 |
|
Tabela 1.?Principais micotoxinas e os perigos para as vacas.
A redu??o da produ??o de leite é resultado de vários fatores, incluindo uma diminui??o na ingest?o ou recusa alimentar que é comumente relatada com certas micotoxinas, como a DON. As micotoxinas podem alterar a fun??o ruminal alterando as popula??es microbianas ou a quebra de nutrientes, consequentemente reduzindo a absor??o de nutrientes e prejudicando o metabolismo, o que acaba levando à redu??o da disponibilidade dos precursores necessários para a síntese do leite.
Potenciais efeitos negativos relacionados à mama de micotoxinas em vacas leiteiras:
Alguns dos grupos de micotoxinas mais importantes para ruminantes s?o:?
Outras micotoxinas podem ter um impacto menos óbvio, mas ainda economicamente significativo, no desempenho de vacas leiteiras.?
Devido ao problema de seguran?a do leite da aflatoxina M1, as aflatoxinas recebem talvez a maior aten??o de todas as micotoxinas na produ??o de laticínios. As aflatoxinas s?o parcialmente degradadas no rúmen e o restante biologicamente convertido no fígado em Aflatoxina M1 que ainda é biodisponível, tóxica e infelizmente pode ser transportada para o leite produzido. ?
A maioria dos países estabeleceu limites rígidos para aflatoxinas no leite, mas é importante notar que também outras micotoxinas podem afetar negativamente a lucratividade e a saúde e bem-estar animal.
Uma das micotoxinas mais comuns em ra??es para gado é o desoxinivalenol (DON), mais conhecido como “vomitoxina”. O nome “vomitoxina” origina-se da toxina que causa v?mito em suínos. O desoxinivalenol é um membro da família tricoteceno de micotoxinas, especificamente tricotecenos do tipo B. Várias espécies de fungos Fusarium s?o capazes de produzir tricotecenos. Além disso, algumas espécies de fungos Fusarium podem produzir as micotoxinas zearalenona e fumonisinas. N?o é incomum detectar mais de uma toxina em uma amostra de ra??o, pois os fungos podem produzir mais de um tipo de micotoxina e mais de um mofo pode infectar uma planta.
A presen?a de DON na ra??o foi correlacionada com a produ??o de leite significativamente reduzida (ver Figura 1). DON (um tricoteceno tipo B) também demonstrou afetar os processos microbianos do rúmen, como a redu??o da disponibilidade de nitrogênio (N microbiano). Os efeitos podem ser vistos mesmo se houver degrada??o de DON ao longo do tempo no rúmen. ?
Em vacas leiteiras, é mais provável que os danos sejam subclínicos ou indiretos, como aumento da permeabilidade da parede intestinal (diminuindo a defesa contra patógenos e reduzindo a absor??o de nutrientes), produtividade reduzida, problemas com maior contagem de células somáticas e risco de mastite e metrite. Os bezerros podem lutar com diarreia e doen?as respiratórias devido aos efeitos dos tricotecenos no sistema imunológico.?
O desoxinivalenol inibe a síntese de proteínas e ácidos nucleicos (DNA e RNA). Os efeitos negativos da DON s?o observados principalmente no trato gastrointestinal e no sistema imunológico, mas a toxina também pode causar les?es e necrose da pele e da mucosa. As células que revestem os intestinos s?o continuamente renovadas e s?o especialmente sensíveis aos efeitos da DON. ?
O epitélio intestinal tem dois propósitos principais: 1) absorver nutrientes e 2) atuar como uma barreira para evitar que substancias nocivas entrem na corrente sanguínea. As duas fun??es podem ser interrompidas pelo DON, levando à redu??o da absor??o de nutrientes e aumento da passagem de toxinas e patógenos para a circula??o. Isso pode limitar o crescimento animal ou a capacidade de produ??o, pois os nutrientes necessários n?o s?o absorvidos e utilizados.
Além disso, outros órg?os podem ser expostos a patógenos ou toxinas que entram na corrente sanguínea, aumentando a possibilidade de doen?as. A ruptura da mucosa intestinal também pode levar à diarreia. Uma grande parte do sistema imunológico está localizada no trato gastrointestinal. A fun??o imunológica pode ser prejudicada pela ruptura da mucosa intestinal. ?
A DON pode prejudicar a produ??o de glóbulos brancos, que ajudam a combater infec??es. O desoxinivalenol também pode enfraquecer o sistema imunológico, impactando negativamente a produ??o de citocinas e anticorpos. A resposta imune natural do animal às vacinas também pode ser reduzida, deixando-os suscetíveis a doen?as apesar da vacina??o. Todos esses fatores podem levar à disfun??o imunológica em bovinos, aumentando a vulnerabilidade a infec??es.?
Figura 1. Redu??o prevista na perda de leite a partir de uma pesquisa nos EUA em fazendas leiteiras (Whitlow et al. 1994).
Figura 2. A??o da enzima epoxidase em Mycofix? sobre tricotecenos como a DON (que se transforma em DOM-1 n?o tóxica). Essa transforma??o ocorre rapidamente ajudando a proteger o rúmen e os microrganismos.?
Pode haver uma desintoxica??o quase completa da ocratoxina A (ocratoxina, uma micotoxina de armazenamento ocasional), embora se saiba que uma por??o da ocratoxina é capaz de escapar da desintoxica??o por meio do desvio do rúmen. Até 10% do desafio ocratoxina foi relatado para passar inalterado por meio do rúmen de cabra (e ovelhas provavelmente ser?o semelhantes).?Isso acontece em menor grau nas vacas, pois elas têm um rúmen maior com um tempo de transito mais longo. Com alto consumo de ra??o e fatores de estresse, porém, mais desvio ruminal pode ocorrer reduzindo a degrada??o de micotoxinas.?
Os ruminantes s?o suscetíveis aos efeitos estrogênicos provocados pela zearalenona (ZEN) e compostos relacionados. A molécula se encaixa nos receptores de estrogênio desencadeando as respostas hormonais erradas e perturbando o sistema reprodutivo e interrompendo o desempenho reprodutivo. No rúmen, a ZEN é amplamente convertida biologicamente em alfa-zearalenol (α-ZOL), que é uma forma muito mais potente que se adapta mais facilmente aos receptores de estrogênio do que a própria ZEN. A ZEN também é conhecida por aumentar (piorar) o efeito da DON na parede intestinal.?
Os ruminantes têm uma suscetibilidade bem conhecida aos efeitos dos alcaloides do ergot. Os ergots podem ser formados por fungos que crescem em cereais ou por fungos endofíticos na grama alta de festuca. Um de seus principais efeitos é a vasoconstri??o (restri??o do fluxo sanguíneo) que tem impacto na saúde dos cascos, estresse térmico, mastite e reprodu??o.?
Um problema bem conhecido em ruminantes é a acidose subclínica ou aguda (SARA/ARA). Essa síndrome de baixo pH ruminal ocorre frequentemente em fazendas leiteiras de alta produ??o, principalmente quando as dietas s?o ricas em gr?os ou situa??es de estresse prejudicam a flora ruminal e levam à disbiose. ?
Sup?e-se que durante a acidose os números de protozoários diminuem e como um dos mais importantes agentes de degrada??o de micotoxinas, isso leva a uma diminui??o da degrada??o e, portanto, níveis mais altos de micotoxinas podem passar para o intestino e exercer efeitos tóxicos.?
Reduzir a exposi??o animal às micotoxinas na ra??o é fundamental. Identificar a contamina??o pode ajudar a reduzir a exposi??o.?
O gerenciamento robusto do risco de micotoxinas compreende três etapas: ?
A análise regular dos componentes da ra??o e da silagem pode ajudar a descobrir possíveis amea?as aos animais. Uma amostra altamente contaminada n?o significa que toda a colheita é ruim e uma amostra “l(fā)impa” n?o garante que toda a ra??o esteja livre de micotoxinas.?
Um bom gerenciamento da silagem é essencial para evitar o crescimento de fungos e, assim, prevenir a produ??o de micotoxinas. é aconselhável a aplica??o regular de um aglutinante de micotoxina e de desativadores. Um gerenciamento adequado do risco de micotoxinas é essencial para evitar perdas imprevisíveis e manter um rebanho leiteiro de alta produ??o.?
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Uma amea?a oculta à cria??o de peixes e camar?es
A ocorrência de micotoxinas em ra??es ?aquáticas e seus efeitos ?nas espécies-alvo ?s?o? temas? que continuam? a ganhar aten??o devido à tendência geral de substitui??o de fontes ?proteicas animais caras, como farinha de peixe?, por proteínas derivadas de plantas? mais baratas.?A intoxica??o por micotoxinas ocorre quando peixes e camar?es consomem alimentos contaminados por micotoxinas.
A estabilidade química e térmica das micotoxinas torna essas ?moléculas insuscetíveis a danos durante os procedimentos comuns de fabrica??o de ra??es, como a extrus?o.?
Muitas publica??es científicas relatam ?os? efeitos das micotoxinas? em peixes e camar?es em diferentes níveis de contamina??o, permitindo uma melhor compreens?o das doen?as relacionadas às micotoxinas. No entanto, ainda existem poucos sintomas clínicos validados para a exposi??o a micotoxinas em peixes e camar?es.??
A maioria dos efeitos descritos das micotoxinas em peixes e camar?es s?o sintomas gerais e podem ser atribuídos a diversas patologias ou desafios, como fatores antinutricionais ou lectinas na dieta.?As aflatoxinas e ?fumonisinas ?s?o ?duas exce??es notáveis:?
As manifesta??es clínicas mais frequentemente relatadas da ingest?o de micotoxinas s?o:
?1)?uma redu??o no desempenho de crescimento e?
?2) altera??o dos parametros hematológicos.??
WNF 2016 Avan?os da aquicultura: 03 Micotoxinas em Aquicultura: Ocorrência e Significado
Figura 1. Fatores de intera??o que influenciam os efeitos das micotoxinas em peixes e camar?es
Em geral, os efeitos das micotoxinas em espécies aquáticas ?dependem? de? fatores relacionados à toxina, animal e meio ambiente, como:?
Figura 2. Efeitos das micotoxinas nos peixes
As aflatoxinas s?o altamente ?cancerígenas e sua concentra??o é rigorosamente regulamentada em diversos mercados do mundo. Várias espécies aquáticas s?o sensíveis às ?aflatoxinas. No caso do pargo (Sparus?aurata), a aflatoxina B1 ?(AFB1) apresenta efeitos negativos nos hepatócitos já após 24 horas de exposi??o.??
A taxa de convers?o alimentar (TCA) e o ganho de peso da Beluga (Huso huso) s?o afetados negativamente por concentra??es de ?AFB1 que variam de 20 a 100 ppb. Outros sintomas como necrose hepática também ?podem ser ?observados.?Efeitos semelhantes ?podem ocorrer ?em outras espécies, como o cantarilho (Sciaenops?occellatus) e carpa rohu (Labeo?rohita).?
Em tilápias, o ?AFB1? afeta a taxa de crescimento e a taxa de convers?o alimentar em concentra??es que variam de 100 a 2500 ppb. Porém, alguns estudos mostraram como 50 ppb já eram suficientes para causar necrose hepática.
Algumas espécies aquáticas s?o sensíveis ao desoxinivalenol (DON), especialmente salmonídeos como a truta arco-íris e o salm?o do Atlantico. As duas espécies apresentam sensibilidade em níveis baixos (300 a 500 ppb).?Os principais sintomas observados em vários estudos? foram ?diminui??es significativas em:?
Estudos sobre os efeitos da zearalenona (ZEN) em animais de fazenda têm focado principalmente disfun??es ou distúrbios estruturais do trato reprodutivo. Vários estudos confirmaram que a ZEN modula a express?o gênica dependente do receptor de estrogênio em espécies aquáticas, afetando assim a reprodu??o de peixes.??
Isso foi ?demonstrado? no peixe-zebra (Danio rerio),?em que a exposi??o ao ZEN reduziu a frequência de desova ou alterou a fecundidade relativa de uma gera??o para a próxima.?Além de afetar a reprodu??o, foi relatado que o ZEN? mostrou efeitos genotóxicos, como defeitos no desenvolvimento do cora??o e dos olhos e curvatura ascendente do eixo do corpo do? peixe-zebra.??
Em espécies de aquicultura, ?fumonisina? B1 (FB1) tem sido geralmente associada à redu??o da taxa de crescimento, consumo de ra??o e taxa de eficiência alimentar, bem como ?metabolismo de esfingolipídeos prejudicado. Na ?truta? arco-íris, o FB1 demonstrou induzir altera??es no metabolismo dos esfingolipídeos do ?fígado em níveis inferiores a 100 pp e foi capaz de ?induzir cancer de fígado em ?trutas de 1 mês? de idade.??
De acordo com a literatura, a ingest?o de ?FB1? pela carpa resultou em les?es no fígado e pancreas já em concentra??es t?o baixas quanto 500 ppb.?Parametros de desempenho, como ganho de peso médio e peso corporal, caíram após a administra??o dietética de baixas doses de ?FB1.?FB1 ?também afetou o desempenho da tilápia do Nilo. A redu??o do ganho de peso médio e o aumento da rela??o Sa/So têm sido relatados na literatura.?
Estudos sobre a toxicidade da ?ocratoxina A?(OTA)? em animais aquáticos s?o muito escassos.?Os poucos estudos disponíveis relataram efeitos como degenera??o ?grave e necrose do rim e do fígado levando a ganho de peso inferior, pior taxa de convers?o alimentar, menores taxas de sobrevida e níveis de hematócrito.?A ocratoxina também é ?imunossupressora,? e um estudo realizado em bagres mostrou como os animais expostos a essa micotoxina se tornam mais suscetíveis a infec??es patogênicas.??
Figura 3. Efeitos das micotoxinas no camar?o
O Impacto de micotoxinas em camar?es ?é ?menos investigado do que em peixes.?No entanto, ?existem algumas evidências na literatura. O camar?o tigre preto (Penaeus Monodon?Fabricius)?foi relatado como suscetível a níveis de AFB1? t?o baixos quanto 20 ppb. Os principais efeitos s?o a redu??o do ganho de peso em até 50% em rela??o ao grupo controle.??
No? camar?o branco do Pacífico (Litopenaeus?vannamei)? a exposi??o ao AFB1? está geralmente associada ao aumento da mortalidade, danos ao hepatopancreas, supress?o imunológica e, finalmente, queda nos parametros de desempenho.? ?
Em rela??o ao impacto de DON no camar?o, isso está principalmente relacionado ao desempenho, em que concentra??es t?o pequenas quanto 200 ppb foram associadas à redu??o do peso corporal e/ou taxa de crescimento.?
O impacto da ZEN foi investigado em camar?o tigre preto (Penaeus Monodon?Fabricius). Os efeitos observados foram anormalidades no desenvolvimento do hepatopancreas, com consequências para o sistema imunológico e desempenho do crescimento.??
Os efeitos da FUM em camar?es n?o foram extensivamente investigados. No entanto, ?existem algumas evidências sugerindo que baixas doses dessas micotoxinas ?s?o capazes de afetar? a textura da carne, com repercuss?es na qualidade do produto ?durante? o armazenamento do gelo.??
A ocratoxina é provavelmente a micotoxina de ?camar?o menos investigada. Os poucos estudos disponíveis relataram atrofia, necrose grave e degenera??o do hepatopancreas e ruptura do? tecido hematopiético? e órg?os linfoides após administra??o oral de ocratoxina.??
Há um número limitado de estudos nos quais a quest?o das intera??es sinérgicas entre as micotoxinas é abordada. Observou-se que FB1 produz efeitos sinérgicos com ?AFB1? em trutas, pois foi capaz de promover o aparecimento de tumor hepático iniciado por ?aflatoxina. Os efeitos combinados da toxina ?AFB1 e T-2 foram estudados em ?Gambusia?affinis.??
Os efeitos de ?AFB1 e desoxinivalenol foram estudados em carpas (Cyprinius?carpio), e foi demonstrado que os efeitos negativos das duas micotoxinas em conjunto foram maiores do que seus efeitos individualmente.??
Figura 4. Intera??o sinérgica entre micotoxinas em espécies aquáticas
A inclus?o de materiais vegetais contaminados com micotoxinas em ra??es compostas aumentará o risco de contamina??o por micotoxinas nas ra??es para aquicultura. Gon?alves et al. (2016) compararam os níveis de ocorrência de micotoxinas de 41 amostras de ra??es de aquacultura final, tanto de camar?o quanto de peixe, na ásia e na Europa, com a literatura disponível sobre micotoxicoses de peixes/camar?o.???
Os autores constataram que os níveis encontrados para as amostras analisadas durante 2014 estavam dentro do nível de sensibilidade de várias espécies importantes na aquicultura. Gon?alves et al. (2016) destacaram o fato de que os níveis de micotoxinas encontrados podem comprometer as espécies aquícolas, mesmo ?apenas levando em conta? níveis únicos de micotoxinas.??
Segundo Gon?alves et al. (2016), o número de espécies afetadas por micotoxinas seria ainda maior do que o declarado no estudo devido à falta de pesquisas em algumas espécies importantes e à existência de sinergismos de micotoxinas n?o ?considerados nesse estudo.??
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